Não só acordar cedo, mas enfrentar todos aqueles "monstros" seria bem difícil pra mim. Até porque meu estilo não era nada "apresentável" para as outras pessoas, eu sempre fugi de tudo que a sociedade pregava, mas chegou um certo momento em que parei de me preocupar com o que iriam pensar de mim e sim com o que eu seria futuramente, se é que existe o futuro.
O dia estava calmo na caminhada até minha escola, nada de calor até o momento... como de costume. Eu não conseguia entender o "frio na barriga" que eu sentia por voltar à aquela escola, afinal... não era a primeira vez que eu entrava por aquela porta.
Tudo como imaginava, as paredes das mesmas cores... as mesmas pessoas e os mesmos estilos de cabelo, exceto o meu (é claro).
A aula começou normalmente (só podia ser ciências) e durante ela eu não prestei atenção na matéria, até porque eu estudaria mais tarde... então eu poderia perder aquela explicação, ou melhor, tortura que o professor tanto pregava. Eu preferi entender o verdadeiro motivo pelo qual aquele professor tentava ser durão, seria a única forma de "prender" seus alunos a matéria? Eu sinceramente não quis pensar muito nisso, até porque a forma como as pessoas pensam são muito relativas. Às vezes agem por um simples instinto e , às vezes, por serem influenciadas:
_João, leia a sua resposta por favor.
Ah, oi... meu nome é João Francisco, mas insistem em me chamar apenas de João e não é tão ruim assim.
_Hum... Bem, não sei se a minha resposta tá correta. Mas, acho que a maior glândula do corpo humano seria o fígado.
Pra minha sorte a resposta estava correta, as outras aulas passaram voando e eu conversei novamente com as mesmas pessoas, as pessoas que eu gosto de conversar... meus "amigos". É... aqueles que quando você mais precisar vão te chutar... esses mesmo.
Costumo dizer que tenho apenas 1 amigo, que é Deus... ou seja, minha consciência. Gosto de acreditar que Deus não é um senhor barbudo sentado numa poltrona no céu comendo algodão doce, pra mim é a consciência das pessoas... que nos culpam quando menos esperamos.
O trajeto que fiz até minha casa foi doloroso, o calor estava me sufocando e a minha calça jeans não estava ajudando em nada. Resolvi então apressar os passos pra tentar chegar em casa mais cedo e me refrescar o mais rápido possível. Não foi o que aconteceu.
Cheguei em casa, tirei meu uniforme e quis relaxar os pés, já que usar um tênis durante toda a manhã incomoda, assistindo televisão... nada em nenhum dos canais, nem MTV, nem nada. Decidí então ligar o computador pra checar meus e-mails, mas a internet não estava humorada o suficiente pra trabalhar em qualquer página. O jeito era esperar o almoço sem fazer nada mesmo, abri um livro e comecei a pensar em como iria fugir das tarefas de casa sem me sentir culpado.
A tarde toda passou num sopro e eu me reprimi por não ter começado o trabalho de Inglês, mas tudo estava voltando ao normal e eu já havia me acostumado antes mesmo que isso acontecesse. Não falei com ninguém, só respondi o que haviam me perguntado e só, até a hora de ir dormir.
Quando deitei na cama, comecei a chorar... as coisas tinham acontecido tão rápido e na hora errada, hora errada? Não existe hora certa pra se sofrer pelos outros, bem... nada no mundo é justo, não é verdade?
Ao adormecer, não sonhei... só escutei várias vozes e percebi que não eram minhas, eram de alguém familiar... quem era? quem era? Precisava saber de quem era as vozes, então abri os olhos e vi um homem em minha frente, com aparência abatida e lábios trincados. Não fiquei com medo, mas arrepiei... ele não disse nada quando olhei para a sua face cansada. Então abri verdadeiramente os olhos e tudo desapareceu, menos o calor.
Depois de uma noite mal-dormida e sem explicações para o que havia acontecido, fui obrigado à ir pra escola sem tomar banho, claro... eu havia dormido mais que o meu despertador permitira. Coloquei meu uniforme, meu all-star e minha calça de veludo branca... acho que estava fazendo "frio" o suficiente pra mim usá-la. Estava decente.
Nada de anormal, só as olhadelas incomodantes ,que já estavam comuns na altura do campeonato, em função do meu cabelo que era maior que o permitido pro meu sexo. Engraçado, não? A sociedade rotula até os tipos de cabelos.
Os professores tinham feito complô, eu tinha provas a semana inteira! Inteira, sem exagero! Então meu único jeito era de enfrentar todas as provas bem humorado, tá... não consegui ficar bem humorado.
A semana então passou num sopro, sem nada de especial... até que vi algo de diferente na parede do meu quarto na noite seguinte a semana.
terça-feira
segunda-feira
Pensava que saberia como viver, hoje vejo que as minhas concepções de como tudo seria e de como reagir estavam erradas. Me apoiava tanto na segurança que isso tudo proporcionava à mim...e foi tudo pro espaço, se esvaiu. Gosto de pensar e ignorar, como por exemplo, de pensar que tudo acaba, até as dores, e gosto de ignorar o fato de que estou enganado, porque nada se vai sem deixar rastros, sem deixar migalhas que irão te culpar e massacrar com lembranças e pensamentos de que tudo poderia ter sido diferente se você quisesse, se você contribuísse, se você fosse melhor... ser melhor. Ser melhor significa mudar para as pessoas se sentirem penalizadas e te culparem menos dos seus erros: Não sei, afinal qual a importância disso tudo se só queremos um pouco de tranquilidades nos pensamentos? Creio que nada importe sem um motivo, claro que só andamos porque precisamos nos locomover, comemos porque ao contrário morreríamos, conversamos porque ficaríamos sozinhos... sem alguém para te consolar, não seríamos vítimas e sim os culpados.
Tudo é tão branco e preto, tão simples e visível... e ao mesmo tempo com tantas tonalidades e sentidos. Amadurecer... quem precisa disso? Porque enxergarmos as coisas do lado "maduro" se somos mais felizes iludidos?
Acabo de ter um déjà vu, me imaginei com esse mesmo pijama improvisado, com esse mesmo suéter verde, nesse mesmo quarto branco escrevendo o que penso sem a intenção de que alguém leia ou se importe. O que escrevo é muito "eu", faz muita parte de mim e do que realmente preciso... É estranho como as palavras se encaixam com mais eloquência quando não se precisa delas, assim como é estranho ignorar e pensar , ao mesmo tempo, que sou inútil para a humanidade, porque é óbvio que ela precise de mim. Mas por que viver, quando não se pode ajudar alguém a organizar seus pensamentos? Bem... eu não sei, ainfal do que se pode saber quando se tem 13 anos? Do que quer ser quando crescer e for um adulto que só faz o que lhe é mandado? Irônico não saber dizer quem eu sou, quer dizer... eu sei bem, mas quando penso nisso, tudo muda... se transforma e fica confuso. De uma coisa eu sei: Adoro sucrilhos e moro no interior de Goiás.
Fazia calor naquele dia em Piracanjuba, como todos os outros dias do ano. Eu olhei para a minha mãe antes de morrer... sim eu estava morto e podia ouvir seus pensamentos que a perguntavam, todos os momentos, o motivo de alguém tão novo como eu se esvair aos poucos em função de uma doença crônica, até que totalmente, enquanto ela não muito nova permanecia no planeta, juntamente com essa sociedade medíocre.
Gosto de pensar que todos são medíocres. Todos esses pensamentos sórdidos que me vitimizam! Isso me irrita! Quando eles iriam embora juntamente com essa tortura de ouví-los?
Esses foram meus pensamentos até que acordei. Sim, era um sonho e eu estava dormindo, não era um sonho acordado como costumava ter:
_Ei! Você já perdeu a primeira aula, vai perder a segunda?
_Não, mãe! Vou levantar.
Eu não queria levantar, mas mesmo assim o fiz. Escovei meus dentes e liguei o chuveiro como de costume, a água caindo era como os meus neurônios sendo destruídos em função de uma noite mal dormida.
Tudo é tão branco e preto, tão simples e visível... e ao mesmo tempo com tantas tonalidades e sentidos. Amadurecer... quem precisa disso? Porque enxergarmos as coisas do lado "maduro" se somos mais felizes iludidos?
Acabo de ter um déjà vu, me imaginei com esse mesmo pijama improvisado, com esse mesmo suéter verde, nesse mesmo quarto branco escrevendo o que penso sem a intenção de que alguém leia ou se importe. O que escrevo é muito "eu", faz muita parte de mim e do que realmente preciso... É estranho como as palavras se encaixam com mais eloquência quando não se precisa delas, assim como é estranho ignorar e pensar , ao mesmo tempo, que sou inútil para a humanidade, porque é óbvio que ela precise de mim. Mas por que viver, quando não se pode ajudar alguém a organizar seus pensamentos? Bem... eu não sei, ainfal do que se pode saber quando se tem 13 anos? Do que quer ser quando crescer e for um adulto que só faz o que lhe é mandado? Irônico não saber dizer quem eu sou, quer dizer... eu sei bem, mas quando penso nisso, tudo muda... se transforma e fica confuso. De uma coisa eu sei: Adoro sucrilhos e moro no interior de Goiás.
Fazia calor naquele dia em Piracanjuba, como todos os outros dias do ano. Eu olhei para a minha mãe antes de morrer... sim eu estava morto e podia ouvir seus pensamentos que a perguntavam, todos os momentos, o motivo de alguém tão novo como eu se esvair aos poucos em função de uma doença crônica, até que totalmente, enquanto ela não muito nova permanecia no planeta, juntamente com essa sociedade medíocre.
Gosto de pensar que todos são medíocres. Todos esses pensamentos sórdidos que me vitimizam! Isso me irrita! Quando eles iriam embora juntamente com essa tortura de ouví-los?
Esses foram meus pensamentos até que acordei. Sim, era um sonho e eu estava dormindo, não era um sonho acordado como costumava ter:
_Ei! Você já perdeu a primeira aula, vai perder a segunda?
_Não, mãe! Vou levantar.
Eu não queria levantar, mas mesmo assim o fiz. Escovei meus dentes e liguei o chuveiro como de costume, a água caindo era como os meus neurônios sendo destruídos em função de uma noite mal dormida.
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