(Prólogo)
Estranho. Acima de tudo muito estranho como tudo ocorre, como as coisas possuem sentido e qual é o valor de cada ser existente pra cada pessoa. Será que algum dia isso realmente importou? Ou será que essa ideia de padrão social foi implantada pelos nossos pais em nós para que pudessemos ser mais adaptáveis ao mundo?! Quando nada mais importou, quando as coisas medíocres desse mundo passaram a não fazer parte da existência que eu queria ter, da minha existência... algo novo acontece.Não é estranho o fato de dependermos de objetos e de criaturas mirabolantes na Terra. O que é realmente estranho é o nosso comportamento diante de tais coisas, à o que nos submetemos e até que ponto nos tornaríamos mais materialistas apenas para sermos mais que os outros. Isso me irrita, é ruido pra os meus ouvidos.
Em meu mundo nada perdia seu valor, a natureza exuberante e os seres inimagináveis nunca perdiam a essência que os mantinha vivos, nunca as perdia.
É absolutamente incrível como os valores se perdem, permutam ou simplesmente deixam de ser valores. Passei muito tempo sendo o que as pessoas queriam que eu fosse e não o que eu era e sempre fui de verdade.
Minha essência se encontrava inerte, esperando apenas ser movimentada e eu notava que as coisas que realmente me importavam eram exatamente o que fazia parte de mim, o meu verdadeiro "eu". Um "eu" sem necessidades materialistas, constituído apenas de sentimentos que me inundavam em expectativas pra continuar trilhando o caminho que eu precisava seguir. Um caminho que eu, até então, não conhecia.
Minhas experiências sobrenaturais estavam me preocupando. Julgava ser o estresse após noites mal dormidas, talvez tenha sido... durante um tempo.
_Fuja daqui! Eles não podem ver que você fez a passagem!
Acordei suado, confuso...Aquelas palavras... o terreno, o caminho que havia percorrido até em casa. Nada disso tinha sentido, não poderia ter explicação...a única coisa que eu tinha certeza era de que as evidências de algo que eu não sabia da real existência me perturbavam e a voz do meu pesadelo ecoava no meu interior.